Estar com um livro na mão
É sempre minha chance, um caminho
Uma nova versão
De mim mesma
E conhecer meus obtusos,
Reconhecer meus intrusos,
Convidados pelas frestas deixadas pelos medos meus
Do mundo. Assustador mundo que só existe
Porque antes o criei
Assim do jeitinho que ele se apresenta
Me abre, me entra
Meu palco, meu monólogo
Minha chatice cansada
Minhas ilusões, meu tudo e meu nada.
Meu parque de diversões, meu pronome possessivo
Lugar onde habito,
Onde eu e minha personagem se fundem, se perdem
Se inundam de dor e dúvidas
E falta espaço, e sobra ausência.
Mas aí o livro na mão
A respiração, minha derradeira chance
Sempre na iminência, sempre Alice
Em busca desse país, terra da maravilha
E deixar então essa ilha, para alcançar o continente
Esse lugar que acolhe e compreende
E mora dentro de mim.
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