segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Uma breve oração




 
Marc Chagall


Procuro dentro de mim, seu lado vil. Nada encontro além de minha própria vilania. Quase pueril. Fria e pueril. Dessas crueldades que as crianças fazem sem a intenção de fazer. Sinto culpa.
E aí se eu soubesse uma oração... Seria de joelhos por ti. Seria para nos conceder o perdão. Seria enfim para compreender as palavras benditas e exaustivamente repetidas, porque foram feitas apenas para serem repetidas, incansavelmente repetidas como penitência, como punição.
Mas é que eu não sei nenhuma... É que eu ainda não pude me perdoar, me permitir, pedir perdão, ainda não.

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