segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

 

Erza Pearl


Uma coisa é certa. E triste. A dureza do chão me esvazia, me desampara. Na hostilidade, perco a mão, o rumo, já não sei criar. São esses ventos monotemáticos que bagunçam os meus cabelos, me impedem a visão. São essas músicas monocromáticas que apenas sacolejam e nada dizem, nada para mim. 

Nessa sensação alienígena sigo, estrangeira, em busca de iguais. E descubro que tudo tem um preço. Acontece que nos bolsos somente carrego esperança e boas palavras, moedas de troca, nunca as tive.

Sou crédula da arte que vem do universo e para ele retorna, em formatos diversos, todos encantadores. É que desse encanto que agora insiste, eu não canto, não acerto o passo, não vendo a alma. Por isso resto assim: penada 

Espero o momento de retornar, e poder pisar a dureza com os pés fincados nas nuvens que compõem a minha criação. Por isso, isso: acendo e apago como um vagalume, que sabe o que é ser um vagalume.



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