Paul Cezanne |
O que me mata, não são seus olhos
insinceros, sua verdade leviana e insegura, os mecanismos torpes do seu pensar.
O que me mata, não são suas intenções duvidosas,
seu humor quase premeditado, seu jeito de olhar ignorando tudo.
O que me mata, não é a falta de
expectativa, suas palavras não ditas, seu fogo gelado, seu peito vazio, seus infortúnios.
O que me mata, é compreender tudo isso. E
de compreender, duvidar de mim mesma. E de compreender, reconhecer-me no
espelho e não conhecer-me mais.
O que me mata, é a culpa que de tua fica
minha. O disparate de pensar que poderia te ter em sua melhor versão e de te
ter, me ter. Quem sabe resgatar para o meu corpo pedaços de alma, que
displicente fui perdendo por aí...
É tudo isso que me mata.